Teresina de todas as diversidades

Abertura do Boca da Noite no dia 16 de maio

Abertura do Boca da Noite no dia 16 de maio

09.05.2012

	Vagner Ribeiro e Valor de PI

O Boca da Noite retorna com força total no dia 16 de maio. Com atrações piauienses todas as quartas, o projeto busca divulgar e incentivar a produção musical local, oferecendo estrutura de qualidade para apresentações no Clube dos Diários, sempre a partir das 19h. O Boca da Noite é uma realização da Fundação Cultural do Estado – Fundac.

A abertura, que será realizada em parceria com o Matizes, focará o combate a homofobia. Já estão confirmadas presenças de diversas atrações que integrarão a programação do Boca da Noite durante o ano, como Taiguara Bruno, Vagner Ribeiro e Valor de PI, Batuque Elétrico, Terra Francisco e Fátima Castelo branco. Além destes, participam ainda Edvaldo Nascimento e outros músicos.

Segundo Luciano Brandão, coordenador de Artes da Fundac, o projeto Boca da Noite é mais um espaço oferecido pelo Estado para a divulgação da música piauiense. “Sabemos como é difícil para novos artistas encontrarem espaço, por isso este projeto é tão importante”, afirmou o coordenador.

Após a abertura no dia 16 de maio, a programação segue no dia 23 com Metraton, dia 30 com Terra Francisco. Em junho, nos dias 6, 13, 20 e 27, respectivamente se apresentam Paulo Dantas, Fátima Castelo Branco, Taiguara Bruno e Batuque Elétrico. Em julho, no dia 17 é a vez de Vagner Ribeiro e Valor de PI, no dia 11 sobe ao palco Reação do Gueto, no dia 18 quem se apresenta é Frank Sabbá e fechando o mês, no dia 25, Fábio Ribeiro.

No repertório de todos os shows constará no mínimo 60% de músicas de compositores piauienses, e os artistas e bandas que se apresentarem receberão verba no valor de mil reais para eventuais gastos com divulgação e produção.

A seleção dos trabalhos ficou a cargo da comissão julgadora constituída de cinco membros de notório saber artístico e cultural, sendo um representante da Fundac, um representante da Ordem dos Músicos (seccional Piauí); um representante do Sindicato dos Músicos; um representante do Conselho Estadual de Cultura e um representante do Theatro 4 de Setembro. A ordem de apresentações foi decidida após reunião com todos os músicos selecionados e/ou representantes dos mesmos.

Sobre o Boca da Noite
O projeto Boca da Noite foi fundado em 13 de agosto de 1997, e contribui para a cultura do Estado do Piauí. O objetivo do projeto é divulgar e fomentar a música piauiense através da realização de shows com artistas locais.

MATIZES: NOSSA TRAJETÓRIA, NOSSAS CONQUISTAS

                 Hoje, o Matizes é visto pela sociedade piauiense, especialmente de Teresina, como uma das mais combativas e ativas entidade na defesa dos Direitos Humanos. Mesmo sendo nosso público-alvo o segmento LGBTT, o que aproximou cada matizian@ foi o desejo e a coragem de unir nossas energias para enfrentar preconceitos e discriminações. Por isso, nossas ações sempre foram pautadas pelo olhar fraterno e solidário de abraçar todas as pessoas vítimas de exclusões, preconceitos e discriminações socioculturais (negr@s, mulheres, deficientes, jovens vítimas de preconceitos, idosos). 

               Todos sabemos que a caminhada do Grupo se iniciou em 2002, consolidando-se ao longo dos anos. Primeiro, através do fortalecimento de nossa auto-estima, com atividades de oficinas de capacitação, rodas de conversa sobre temas como homossexualidade na família, no trabalho, dentro de nós mesmos etc. Eram momentos ricos, porque nos permitiram compartilhar nossas idéias, desejos, medos e ansiedade e, ao mesmo tempo, nos encorajava a seguir na nossa luta.

                 À medida que nos empodarávamos, íamos nos inserindo em ações de outros movimentos anti-opressão (sindicatos, grupos feministas, de afrodescendentes, de jovens, estudantes). Numa relação de mão-dupla, também os incitávamos a incorporar a temática da DIVERSIDADE.

                 Nos espaços de socialização LGBT, fomos provocados a observar in loco quais as demandas advindas dos próprios sujeitos LGBT. Foi nesta realidade de contatos, observações e diálogos que surgiu o primeiro projeto realizado pelo nosso Grupo: “O Matizes, Bares e esquinas”, cujo objetivo era intervir em espaços de interação homossexual para promover ações de prevenção em saúde (DST/AIDS) e enfrentamento da violência.

Em 2002, o grupo realizou, de forma amadora, a 1ª Parada da Diversidade. Três anos depois, a I semana do Orgulho de Ser.

Nossa visibilidade se deu através da organização de nossas ações, sempre pautadas em princípios éticos e democráticos. Pouco a pouco esse agir ético começa a produzir efeito e passamos a ser convidados a falar de nossas experiências, propostas e forma de organização em outros espaços sociais, além de timidamente ganharmos espaços de visibilização na mídia. Essa visibilidade midiática tem aumentado ano após ano. Hoje, somos fonte confiável para grande parte da imprensa piauiense. Jornais, rádios, TVs e portais geralmente pautam os assuntos que enviamos para as redações e sempre nos procuram quando é para tratar de questões ligada à DIVERSIDADE.

Do seu nascedouro até o momento, o grupo foi se fortalecendo a partir de sua própria capacidade de organização, planejamento e execução de suas ações, bem como diálogo frequente com os diversos setores da sociedade: escolas, faculdades, universidades, mídia, sociedade civil organizada, poder público (estadual e municipal). Ilustra essa assertiva o fato de o Grupo ser convidado de forma contumaz a participar de palestras, debates, conferências, encontros.

 Assim, passados dez anos, o Matizes consolidou a credibilidade e a confiança da sociedade e da mídia. Nosso desafio é manter a coerência, o equilíbrio e a ética nas ações que realizamos enquanto matizian@s. Oxalá que a serenidade nos acompanhe na trajetória que está por vir.

Viva o Matizes e seus 10 anos de luta!

Herbert Medeiros – Vice Coordenador Geral do Matizes

Casais homoafetivos usufruem de direitos após decisão do STF

No dia 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal - STF decidiu, por unanimidade, equiparar as uniões estáveis de pessoas do mesmo sexo com as uniões heterossexuais. Passado um ano da decisão, muita coisa mudou nesse período. Em Teresina, muitos casais homossexuais  já usufruem de vários direitos advindos da decisão do STF.

A servidora pública municipal Lúcia Quitéria Costa mantém união estável há seis anos. Atualmente, ela encontra-se afastada de suas atividades laborais, pois requereu e lhe foi concedida licença para acompanhar sua companheira, que se recupera de uma cirurgia. Todas as consultas e exames pré-operatórios foram feitos pelo Instituto de Previdência do Município - IPMT, ao qual Lúcia é vinculada e incluiu sua companheira.

Em setembro de 2011, o estudante Raimundo perdeu seu parceiro homoafetivo, F.S.C, com o qual viveu cinco anos. Desde então, com o apoio do Grupo Matizes, o estudante luta na Justiça para provar sua união estável, através de uma Ação declaratória de União Estável, que tramita em uma das Varas da Família de Teresina. Ele já pode comemorar que, atendendo pedido da advogada Audrey Magalhães, o juiz da Vara do Trabalho de Timon suspendeu a liberação das verbas rescisórias a que tinha direito F.S.C, até que seja julgada a Ação Declaratória de União Estável. Essa decisão do magistrado fez com que a mãe de F.S.C. não recebesse os direitos trabalhistas, em favor de Raimundo.

Segundo informações do Matizes,  é cada vez mais frequente a busca de direitos por casais de homossexuais. "Já temos, inclusive, casais que conseguiram autorização para se afastar do serviço, depois de terem registrado suas uniões estáveis", afirma Carmen Ribeiro, diretora do Matizes. A militante informa ainda que é importante que os homossexuais se informem e não terem medo de pleitear esses direitos.

DIREITOS PARA SERVIDOR PÚBLICO:

LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA DE COMPANHEIRO: até 90 dias, prorrogável por mais 90 dias;

LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO COMPANHEIRO: prazo indeterminado

AUSÊNCIA AO TRABALHO EM CASO DE MATRIMÔNIO: oito dias consecutivos

LICENÇA POR ADOÇÃO: Mulheres - até 6 meses (se a criança adotada tiver menos de um ano); Homens – 5 dias

AUSÊNCIA AO TRABALHO EM CASO DE FALECIMENTO DO COMPANHEIRO: oito dias consecutivos

PENSÃO POR MORTE DO COMPANHEIRO: vitalícia

DIREITOS PARA TRABALHADOR CELETISTA 

LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA DE COMPANHEIRO até 90 dias, prorrogável por mais 90

AUSÊNCIA AO TRABALHO EM CASO DE MATRIMÔNIO: três dias consecutivos

LICENÇA POR ADOÇÃO até 6 meses (se a criança adotada tiver menos de um ano); Homens – cinco dias consecutivos

AUSÊNCIA AO TRABALHO EM CASO DE FALECIMENTO DO COMPANHEIRO dois dias consecutivos

PENSÃO POR MORTE DO COMPANHEIRO vitalícia

AUXÍLIO RECLUSÃO durante o período em que o segurado estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto

redacao@cidadeverde.com